Muitas mulheres sofrem mensalmente com as terríveis cólicas menstruais, aquela dor na região pélvica, antes ou durante o período menstrual. Também conhecida como dismenorreia, ela pode ser acompanhada de outros transtornos, como náuseas, dor de cabeça e indisposição. Alguns relatos afirmam que 60% a 80% das mulheres podem ser atingidas por esse problema. No entanto, desse número, 8% a 18% sentem um desconforto tão intenso que chegam a interromper suas atividades habituais.
A dismenorreia pode ter diferentes graus de intensidade de dor. Também pode estar presente tanto em situações onde não existem problemas físicos, quanto em casos onde realmente há presença de alguma doença, que deve ser investigada e tratada pelo médico ginecologista. Existem também outros fatores que podem ajudar no desencadeamento da dor, como por exemplo, o tamanho do útero, que quanto menor, maior a intensidade da dor.
Um dos grandes vilões da cólica são os maus hábitos alimentares e o sedentarismo. Estes fatores que podem agravar ainda mais a situação e a dor nessa fase.
A cólica normalmente pode ser tratada com o uso de antiinflamatórios não hormonais, anticoncepcionais orais, hormônios como a ocitocina, vitaminas e até agentes tocolíticos, usados para evitar um parto prematuro. Independente do tipo de medicamento usado, eles devem ser prescritos e analisados pelo médico ginecologista. No entanto, outra forma de tratamento da dismenorreia que vem sendo comprovada pela ciência envolve a prática de atividades físicas.
A prática de atividades físicas promove melhor funcionamento dos órgãos pélvicos e extrapélvicos, por adequar o metabolismo, o equilíbrio hidroeletrolítico, as condições hemodinâmicas e o fluxo sanguíneo, principalmente na região pélvica, o que contribui para reduzir significativamente a cólica menstrual. Além disso, a atividade física também pode promover efeito analgésico. Isso acontece por meio de mecanismos endógenos e de liberação de opióides, substâncias que agem aumentando o limiar da dor e diminuindo beneficamente a sua percepção.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, com o objetivo de verificar a influência do nível de atividade física sobre a dismenorreia em mulheres jovens universitárias, com idade entre 18 e 26 anos, verificou que a prática regular de atividade física é eficaz na redução da dor decorrente de dismenorreia. Isso abriu espaço para opções de tratamento não medicamentoso. Outro estudo, porém ainda não publicado, aponta que exercícios físicos gerais e a prática de Pilates, realizados 2 vezes por semana em sessões de 50 minutos, pode, em 20 sessões, melhorar a qualidade de vida, diminuir a intensidade da dor e incapacidade, corroborando com a ideia de que a prática regular de exercícios físicos pode ajudar na dismenorreia de mulheres jovens.
Se você sofre muito com as cólicas, que tal começar hoje mesmo a prática de atividades físicas?
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