Homem e mulher são diferentes em muitas coisas, inclusive na maneira como vivem os sentimentos.
Num relacionamento afetivo entre homem e mulher pode mesmo haver importante diferença entre um e outro quanto à expressão do romantismo. Isto é vivido mais ou menos como, por exemplo, o conhecimento de um segundo idioma. Veja só.
Uma pessoa pode ter aprendido quando adulto a falar bem uma segunda língua. Por exemplo, pode ter o Português como língua materna e saber Inglês como uma segunda língua não aprendida desde a infância. Neste caso, ela fala Português sem problema nenhum, sendo natural achar as palavras, não precisando fazer nenhum esforço para pronunciá-las, tudo sai naturalmente ao usar este idioma aprendido desde a infância.
Mas quando ela vai usar o segundo idioma desenvolvido à partir da vida adulta, no exemplo, o Inglês, ela pode ter algum sotaque, pode ter que fazer algum esforço para pronunciar algumas palavras, pode não ter muito vocabulário, tudo porque aprendeu esta língua depois de adulto, e, assim, não sendo natural para ela falar este segundo idioma.
Parece que para muitas mulheres (maioria?), viver o romance num relacionamento com um companheiro, seja pensando nele, falando dele, manifestando o romance, é tão fácil quanto falar seu idioma materno. E parece que, por outro lado, para uma boa parte dos homens (há exceções também) manifestar o romance com uma companheira é como falar um segundo idioma aprendido depois de adulto.
Então, muitas mulheres que não compreendem isto, podem se tornar desagradáveis, dominadoras, inseguras, controladoras, irritantes até, ao conviver com seu companheiro, porque podem não levar em consideração esta diferença na maneira de um e de outro viver o romance e, assim, ficar cobrando do indivíduo que ele tenha que ter a mesma maneira de manifestar o amor que ele pode realmente ter por ela.
Parece que falta aos homens tornarem-se mais interessados em viver o afeto nas relações humanas, ao invés de permanecerem tão racionais. Enquanto que parece que as mulheres poderiam adquirir mais serenidade se conseguissem desligar-se de uma concentração no romance não no sentido de abandono da vivência do amor, mas no sentido de voltarem-se para outras coisas na vida sem ser a obsessão pela ideia se são ou não amadas suficientemente pelo companheiro.
Afinal, a vida não é toda ela um romance. Pessoas solteiras podem ser felizes e equilibradas sem terem sexo, sem terem filhos e sem romance. Aliás, hoje as pessoas praticam muito sexo genital desde jovem, vivem inúmeras paixões, e o mundo está cada vez mais violento e as pessoas com muito vazio existencial. Por que será? Praticar sexo e viver paixões e romances não é difícil. O difícil é amar. Será que falta amor maduro nas pessoas?
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